I am. I'm afraid.

Sento-me no café de sempre, peço o mesmo de sempre, na mesa de sempre, à espera que a calma de sempre me invada. Tome conta de mim. Afaste toda a inquietude, a duvida, o sufoco que se colou a mim tipo lapa. Mas não. Continua aqui, aparentemente em regime de estadia indefinida. Já dói. Impressionante. 

A fome também parece que emigrou. Falo ao telefone a ver se alguma clareza se instala neste turbilhão de incerteza, de seu nome "cabeça da Maria". Nada. Zero. A minha racionalidade comes and goes estilo ondas de um dia mau de Guincho.Sábado, Elle, Premiere. Useless. Quais artigos interessantes, modelitos inacessíveis, ou cinemas. Igual ao litro. Tenho ainda uma hora de espera pela B. Eu sei o que é que ela me vai dizer, do alto do seu pragmatismo às vezes inabalável. E o pior é que vou falar do assunto outra vez, sabendo que o medo não se há de ir embora. 

Se eu entrar em modo "penso rápido", pode ser que seja mais fácil, mas dias muito negros virão. E eu não me quero arrepender. Arrependimento é algo que só se abate sobre mim no que toca às coisas que não concretizo. Quando erro, falho, não me arrependo. Aprendo, sim, uma lição. Guiding Lines. Agora...se eu estiver errada, estou pronta para a lição? Ou vou arrepender-me? 

Eu não fui feita pa isto. Decisões a longo prazos são grandes bichos-papões. Assustam-me tanto. Sinto-me como uma menina pequenina, com uma mente adulta. O que não combina. Não ajuda, não conforta. O benefício de se ser pequenina é que não se pensam em consequências, arrependimentos, lições. Os bichos-papões vivem debaixo da cama e a única ameaça que representam é o eventual furto da adorada chucha. 

Vivo o dia-a-dia de queixo pa cima, e nada me intimida. Mas quando chego à almofada, it's a whole different story. Não sei se estou preparada. Não sei se quero. Não sei nada do que já deveria saber. Neste momento não consigo ser fiel a mim espera. Pôr os pés na terra, pensar com a cabeça, resolver logo isto.

A verdade é que tenho medo. Muito medo.