domingo, 17 de julho de 2011

About NYC - Part I

Quando aterramos em Newark, ainda estava dormente. Não tinha bem a noção de que finalmente estava a poucas horas de estar no centro da cidade que sempre sonhei visitar desde miúda. Seguiu-se uma fila interminável para os passaportes (cerca de 1h e qualquer coisinha, hora essa de desespero e ansiedade), onde fui interrogada tipo CSI. O diálogo foi mais ou menos assim: 

"Hi. Why are you here?"
"Hi. I'm just visiting."
"Visiting who?"
"Hum, the city."
"Where are you staying? Do you have any family here?"
"No. Staying at a hotel."
"For how long?"
"A week."
"Alone?"
"No. With a friend"
"Where's your friend?"
"Behind you."
(olhar desconfiado para trás)
"Have you ever been in the USA?"
"No. It's my first time."
"Ok. (carimbo bruto no passaporte) Enjoy."

Ufa, que filme. Finalmente. Seguimos para apanhar o "Supershuttle" (aka melhor serviço de sempre, que nos leva do aeroporto até à porta do hotel.). Trânsito infernal, e de repente, lá estava. A ilha de Manhattan. Aquela imagem clássica da linha irregular de arranha-céus. Foi um momento mágico, de emoção profunda. Estávamos arrasadas pela viagem, mas quanto mais perto estávamos, maior era o excitamento de nos instalarmos e partirmos à exploração daquela cidade acelerada e confusa, mas ao mesmo tempo magnética. Chegamos à porta do Stay Hotel (um hotel young and cool, que desde já recomendo) e demos por nós ao lado de Times Square. Aí abateu-se sobre mim a realidade pura e maravilhosa: eu estava em Nova Iorque. Eu estava no centro do mundo, na cidade que nunca dorme, naquela cidade que sempre me enfeitiçou. E foi um momento de realização pessoal na sua mais sublime forma. Fiquei imediatamente fascinada com as pessoas, com o movimento, as cores e os sons. Quis que aquele momento fosse para sempre. Desejei nunca mais ter que sair dali. Pela primeira vez na minha vida, senti-me em casa fora de Portugal. Eu não sou daquelas pessoas que "could live anywhere". Não sou fã de Portugal de todo, nem é aqui que planeio fazer a minha vida. Mas a questão é que não me senti de férias. Senti que pertencia ali, que ali seria feliz. E o facto é que este sentimento se intensificou à medida que fui conhecendo a cidade, cada vez que de manhã ia buscar um Starbucks e um croissant, e mais tarde um cachorro numa esquina comprado a um indiano bem-disposto, enquanto me deslumbrava com o desequilíbrio arquitetónico, e com as montras, e os dellis, e a velocidade estonteante da vida. No segundo dia, mudámos-nos para a casa de uma amiga da minha mãe, 53rd and 2nd Av, com uma vista inacreditável sobre a cidade, uma casa divertida, bom ambiente, just living the life in New York City. Éramos felizes ali. Completamente satisfeitas e entusiasmadas, sabendo que muito mais estaria para vir.

*Mais em breve, promiss.

3 comentários:

  1. Identifico-me mesmo com o post. Também senti esse fascínio e pensei que conseguia viver em Nova Iorque e seguir lá a minha profissão. Espero um dia conseguir. Boston também é uma cidade americana linda e que vale a pena visitar.

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  2. e eu estou excitada por ler as tuas palavras, sobre a tua viagem à cidade que nunca dorme :). porque ao ler, consigo sentir todo o teu entusiasmo e isso é bom.
    outra coisa que me agradou, foi que enquanto (te) lia, estava a recordar o meu entusiasmo quando fui pela primeira vez a Londres... é uma das minhas cidades de eleição.

    beijinho maria *

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  3. Partilho da mesma opinião que tu em relação a NY..

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