quarta-feira, 17 de outubro de 2012

We are doomed...

...quando há um caramelo com o título de Ministro das Finanças que tem absolutamente zero noção do estado em que o país se encontra. Que vem dizer, em jeito de argumento, que o país lhe proporcionou uma educação caríssima, como se isso justificasse a legitimidade das suas acções. Como se isso não fosse uma afronta às pessoas que não têm dinheiro para pagar sequer os livros da escola aos filhos. Tenho vergonha alheia de malta sem noção. E sem expressão facial, neste caso. Basicamente, não podiam ter arranjado melhor indivíduo para dar a cara pelo governo que está, pardon my french, a foder este país à grande. Este Orçamento de Estado é um assalto à mão armada. Como ouvi na televisão, "uma bomba atómica fiscal". Como é que é possível gerar riqueza, se só se fomenta o aumento do desemprego, cuja taxa já é escandalosa? Como é que é possível não haver a mínima consideração pelo impacto que este orçamento vai ter na vida das pessoas? Pedir sacrifícios é muito fácil! O problema é que tudo neste país funciona mal. Agora, até ficar doente é um luxo! E ainda me perguntam porque é que quero tanto ir-me embora. Vou ficar aqui? A tentar construir um futuro nestas condições? A conviver com declarações públicas para lá de ignóbeis como as do gajo que decidiu falar sobre os carros em que andam os membros do Partido Socialista? Não é de lhe dar dois pares de estalos e um cartão Viva? Por mim andavam de triciclo. Daqueles de plástico do Continente. Enquanto estivermos entregues a uma classe política que só faz exigências e não apresenta resultados, não há esperança. São eles que trabalham para nós, e não o contrário! Foram eleitos para isso! Este facto caiu no esquecimento geral. Andam os portugueses a trabalhar que nem mouros e a assistir com impotência à redução contínua dos seus rendimentos líquidos, para que aqueles idiotas se possam vangloriar da actuação em prol do cumprimento do Memorando de Entendimento. O que é importante é lamber as botas à Troika. Toda a gente vê a crise política que está instalada, caros membros do Executivo. Resta saber até quando vão continuar a tratar esse assunto com paninhos quentes. Pode não haver alternativa melhor, muito comum é o argumento do "quem for para lá, vai fazer o mesmo ou pior.". Este é o problema do português. "Olhe, é o que temos. Haja saúde. Vai-se andando.". Esta condescendência transmite permissividade. Por isso é que chegamos a este ponto. Mas bom mesmo é continuarmos nestas trocas e baldrocas, eles é TSU, IMI, IRS, para trás e para a frente, sem dó nem piedade, só para lançar o pânico. Cada vez que ligo a televisão, I think I'm being punk'd. Admirem-se se isto der mesmo para o torto e a violência a que se assistiu em São Bento ontem se tornar recorrente. Toda a gente tem limites. Até o mais passivo dos povos.

1 comentário:

  1. Devo dizer que gostei bastante, de uma forma geral revela o que o pessoal anda praí a fervilhar em silêncio, um bem haja a este post.

    R*

    ResponderEliminar